5 passos para melhorar a insegurança

5 passos para melhorar a insegurança

Sabe aquela voz interna que sussurra (ou grita) que você não é bom o suficiente, que os outros vão te julgar ou que, de alguma forma, você não merece estar onde está?

Então, ela se chama insegurança! Em termos psicológicos, a insegurança está muito ligada à autoeficácia, conceito proposto por Albert Bandura, que trata da nossa crença na própria capacidade de realizar tarefas e enfrentar desafios.

Também pode estar associada a experiências passadas de reforço negativo ou punição, como apontado pelos estudos da Análise do Comportamento de Skinner.

Como sei que sou uma pessoa insegura?

Todo mundo tem momentos de insegurança, mas quando isso se torna um padrão que impede você de agir, é hora de olhar mais de perto. Alguns sinais incluem:

  • Dificuldade em tomar decisões sem buscar validação externa.
  • Medo intenso de errar ou ser criticado.
  • Comparar-se constantemente com os outros.
  • Autocrítica e cobrança intensa 
  • Sensação persistente de que o sucesso é fruto de sorte ou engano, e não de competência real (Clance e Imes, 1978).

Possíveis causas para a insegurança

A insegurança pode ter várias origens, incluindo fatores biológicos, ambientais e de aprendizagem. Alguns motivos comuns incluem:

  • Histórico de punição e reforçamento negativo: Se, ao longo da vida, você recebeu mais punição do que incentivos, seu cérebro pode ter aprendido a evitar riscos e desafios (Skinner, 1953). Ou seja, você pode ser uma pessoa que, por ter sido “castigada” por erros, busca o tempo inteiro evitar essa punição, tentando ser “perfeita” em tudo o que faz.
  • Ambientes controladores: Ambientes altamente críticos e exigentes podem fazer com que a pessoa desenvolva padrões de comportamento como o de autossabotagem, rigidez e medo de errar.
  • Fatores sociais e comparação: As redes sociais intensificam a insegurança ao reforçar padrões inalcançáveis de sucesso e felicidade (Twenge, 2017), o que faz com que nós, que consumimos esse conteúdo, nos comparemos o tempo inteiro e estejamos sempre insatisfeitos.
  • Experiências traumáticas: Situações como bullying, rejeição na infância e/ou vida adulta, bem como relações tóxicas e abusivas, podem fortalecer padrões de pensamento inseguros.

Lidando com a insegurança

Aqui estão alguns passos baseados em evidências para lidar com a insegurança:

1. Identifique os padrões de comportamento

Normalmente, temos a tendência de fugir daquilo que nos causa medo, ou seja, se a possibilidade de sermos rejeitados ou punidos nos dá medo, teremos a tendência de fugir disso o tempo inteiro. (Sidman, 1989).

E quando entendemos como fazemos isso (buscando a perfeição o tempo inteiro, justificando-se, etc), podemos trabalhar em enfrentar o desconforto e não tentar fugir dele. 

2. Aja apesar do medo

Segundo a análise do comportamento, a mudança ocorre pela exposição gradual a novos comportamentos e experiências (Sidman, 1989), então, pequenos desafios de enfrentamento diários, podem ajudar a desconstruir medos irracionais.

3. Registre suas conquistas

Estudos mostram que anotar pequenas vitórias ajuda a fortalecer a autoconfiança (Lyubomirsky, 2008).

4. Cuide da sua linguagem interna

A autocompaixão, conceito explorado por Kristin Neff (2011), mostra que ser gentil consigo mesmo é fundamental para reduzir a insegurança, tratando-se com mais compreensão e acolhimento. 

5. Busque apoio profissional

A terapia é um espaço para entender e ressignificar sua história, e superar desafios. Se você sente que a insegurança está impedindo seu crescimento, buscar ajuda pode ser muito importante.

    Como fortalecer a autoestima

    A autoestima está diretamente ligada às consequência dos nossos comportamentos.

    Aqui estão algumas estratégias cientificamente embasadas para fortalecê-la:

    • Construa repertório comportamental: A segurança não vem do nada; ela se constrói por meio da prática e da vivência (Baumeister, 1999), ou seja, procure comemorar seus acertos, reconheça seu esforço e seu valor em cada ação diária (desde fazer as compras, até receber uma promoção). 
    • Evite autocrítica excessiva: Estudos mostram que pessoas que praticam a autocompaixão têm menor tendência a desistir frente aos desafios (Neff, 2011). Tenha mais paciência com o seu processo de aprendizado e saiba perdoar seus próprios erros.
    • Crie um ambiente de apoio: Cercar-se de pessoas que incentivam, apoiam seu crescimento e valorizam quem você é, é essencial para a construção da autoestima e da segurança. 

    Conclusão

    A insegurança não define quem você é.

    Ela é apenas um padrão de pensamento que pode ser modificado com conhecimento e prática. Pequenos passos já fazem a diferença, e a ciência nos mostra que a mudança é possível. Se você quiser aprofundar esse processo, que tal conversar com um profissional?

    A terapia pode ser um caminho incrível para fortalecer sua autoconfiança.

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    Mari Ávila

    Psicóloga

    Especialista em terapia analítico-comportamental (TAC) e, nos últimos sete anos, dedicada a atuação clínica.

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