Sintomas da ansiedade e seu tratamento

Sintomas da ansiedade e seu tratamento

Para exemplificar os sintomas da ansiedade, imagine que você está prestes a apresentar um projeto importante no trabalho. Seu coração acelera, suas palmas ficam suadas e sua mente dispara pensando em todas as possibilidades. Essa experiência é natural e, em doses moderadas, pode até ser útil para impulsionar a ação. Mas quando esse estado de alerta se torna constante e desproporcional às situações do dia a dia, estamos falando de algo muito diferente: a ansiedade enquanto transtorno.

De acordo com o DSM-V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), a ansiedade é caracterizada por preocupações persistentes e excessivas que podem interferir significativamente na rotina. Na perspectiva da Análise do Comportamento, ela pode ser compreendida como uma resposta aprendida a eventos do ambiente que passaram a evocar medo ou desconforto de forma recorrente.

Sintomas mais comum da ansiedade

Os sintomas da ansiedade são variados e podem se manifestar tanto no corpo quanto na mente. Entre os mais comuns, encontramos:

  • Sintomas físicos: palpitações, sudorese, tensão muscular, respiração acelerada e dores no corpo.
  • Sintomas emocionais: sensação de perigo iminente, irritabilidade, dificuldade para relaxar e inquietação.
  • Sintomas cognitivos: preocupações excessivas, dificuldade de concentração e pensamentos repetitivos sobre possíveis catástrofes.

Estes sintomas podem variar em intensidade e frequência, mas quando persistem por meses e prejudicam áreas importantes da vida, como trabalho, estudos ou relações, é hora de buscar ajuda.

Como eu sei qual é a hora de buscar tratamento?

Reconhecer o momento de procurar apoio profissional é essencial. Se você sente que os sintomas da ansiedade estão impedindo você de aproveitar a vida ou de realizar tarefas simples, isso pode ser um sinal claro de alerta.

De acordo com pesquisas publicadas na revista Behavior Therapy, a intervenção precoce em transtornos de ansiedade está associada a melhores resultados no tratamento. Isso reforça a importância de não ignorar os sinais.

A Análise do Comportamento também ensina que o sofrimento não precisa ser extremo para justificar a busca por terapia. Se você sente que algo não está bem, já é motivo suficiente para buscar acolhimento.

Quais os melhores tratamentos para a ansiedade?

O tratamento para os sintomas da ansiedade costuma ser multidisciplinar e adaptado às necessidades individuais. As abordagens mais eficazes incluem:

  • Terapia Analítico-Comportamental (TAC): baseia-se em identificar padrões de comportamento e pensamentos que alimentam a ansiedade, promovendo mudanças concretas e sustentáveis.
  • Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT): foca em ajudar o indivíduo a aceitar pensamentos e emoções desconfortáveis, ao mesmo tempo em que se compromete com ações alinhadas aos seus valores.
  • Terapia Analítica Funcional (FAP): trabalha na melhoria das relações interpessoais e no desenvolvimento de comportamentos mais adaptativos, utilizando o próprio contexto terapêutico como ferramenta.
  • Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): ajuda a identificar pensamentos disfuncionais e a desenvolver estratégias para lidar com eles.
  • Exercícios físicos e mindfulness: essas práticas têm mostrado efeitos positivos na redução de sintomas ansiosos.
  • Medicação: em alguns casos, medicamentos ansiolíticos ou antidepressivos podem ser prescritos por um médico psiquiatra como parte do tratamento.

De acordo com estudos clássicos de B. F. Skinner, compreender o ambiente e as contingências que mantêm comportamentos ansiosos é fundamental para um tratamento eficaz. A combinação de terapia comportamental e outras estratégias é altamente recomendada.

Como é uma crise de ansiedade?

Durante uma crise de ansiedade, o corpo entra em um estado de alerta extremo, mesmo que não haja um perigo real iminente. Esse episódio pode incluir sintomas como:

  • Sensação de sufocamento ou falta de ar;
  • Palpitações e aceleração do coração;
  • Tremores ou sensação de fraqueza;
  • Medo intenso de perder o controle ou de algo ruim acontecer;
  • Tontura, calafrios ou ondas de calor.

Esses episódios podem durar de minutos a horas e costumam ser extremamente desgastantes. Identificar os sinais e buscar ajuda profissional é essencial para aprender a lidar com essas crises de forma mais eficaz.

Lidando com a ansiedade

Além do tratamento formal, pequenas mudanças no dia a dia podem ajudar a reduzir os sintomas da ansiedade. Algumas estratégias incluem:

  1. Estabeleça rotinas claras: a previsibilidade ajuda a reduzir o estresse.
  2. Pratique autocompaixão: lembre-se de que é normal ter limitações e erros.
  3. Evite gatilhos conhecidos: ambientes ou situações que você sabe que aumentam sua ansiedade devem ser evitados quando possível.
  4. Desenvolva habilidades de relaxamento: técnicas de respiração profunda e meditação podem ser muito útis.

Conclusão

Os sintomas da ansiedade podem ser debilitantes, mas com o suporte adequado é possível retomar o controle sobre a própria vida. A terapia analítico-comportamental se destaca ao oferecer ferramentas práticas para compreender e modificar comportamentos e pensamentos que perpetuam a ansiedade.

Se você sente que está na hora de buscar apoio, não adie essa decisão. Marque uma sessão e descubra como a terapia pode ser transformadora. Seu bem-estar é uma prioridade — e começa com um primeiro passo.

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Mari Ávila

Psicóloga

Especialista em terapia analítico-comportamental (TAC) e, nos últimos sete anos, dedicada a atuação clínica.

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